quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Preservar a fertilidade deve ser um objetivo

Caso interessante da semana:
Um jovem de 21 anos recebe o diagnóstico de Linfoma de Hodgkin avançado, estágio IVb com acometimento ósseo em um IPS 2 em 7. O seu médico informou-lhe que o tratamento consistiria de ABVD 6 a 8 ciclos com grande chance de cura e desaconselhou congelamento de esperma porque este tratamento não gera infertilidade. A doença desapareceu completamente ao final do tratamento mas infelizmente re-apareceu menos de um ano após. O paciente procurou o Memorial e será submetido a alguns ciclos de quimioterapia (mega-ICE + ou - GND) e transplante autólogo de células hematopoéticas periféricas com grande chance de cura.

Qual é o problema?

Bem, o problema é que a chance do paciente preservar a sua fertilidade foi reduzida a quase zero. Faltou ao médico inicial a sensibilidade para antecipar uma falha precoce que poderia comprometer a coleta de esperma, como foi o caso. De fato, a sobrevida livre de recaída de um paciente com Linfoma de Hodgkin avançado e um IPS de 2 é de 67%, ou seja havia um-terço de chance de recaída.

Mensagem: probabilidades surgiram para serem usadas mas quando o paciente está na sua frente, a chance dele ficar estéril é de zero ou 100% sempre. Devemos apresentar as probabilidades para ele e deixá-lo tomar a decisão, já que no futuro esta possibilidade pode não existir mais.

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