segunda-feira, 31 de março de 2014

Drenagem linfática e linfoma

Uma leitora deste blog me indagou se é possível fazer uma drenagem linfática após o final do tratamento para linfoma de Hodgkin. Achei o tópico tão interessante (e tão pouco discutido) que resolvi fazer um post sobre ele.

Para responder a esta pergunta, primeiro eu tive que procurar informação sobre a técnica de drenagem linfática. Encontrei uma boa explicação em http://www.personare.com.br/mitos-e-verdades-sobre-drenagem-linfatica-m2087 .  Veja as seguintes sentenças, transcritas do próprio site:

"A massagem é realizada através de pressões leves. É importante frisar que o método não é doloroso, tampouco deixa hematomas (roxos na pele). As pressões feitas na pele direcionam os líquidos do corpo para as estruturas do sistema linfático, onde será eliminado através da urina."

Aqueles que defendem que a drenagem linfática é proibida em pacientes com doenças malignas, o fazem porque, em teoria, a compressão de locais onde existem células tumorais poderia "deslocar" estas células favorecendo o aparecimento de metástases.

MINHA OPINIÃO:

De cara, encontramos um problema. Imagino quanta pressão deverá ser exercida para deslocar uma célula que está fixa em um tecido. Um dos princípios da formação dos tumores, é que eles apresentam uma rica rede de tecido de sustentação.

Outro problema: a metástase não é uma célula que, por acidente, se soltou do tumor. Ela é uma célula que adquiriu uma nova capacidade, que consiste de viajar pela corrente sanguínea ou linfática, aderir à parede dos vasos sanguíneos, abrir um buraco nesta parede, penetrar por este buraco e se fixar em outros tecidos mais distantes do tumor inicial.

Como isto funciona em relação aos linfomas:

No caso dos linfomas agressivos, tipo linfoma de Hodgkin e linfoma B de grandes células, o tratamento tem finalidade curativa. Fazer ou não drenagem linfática após o tratamento pouco mudará isto. Se existir uma única célula de linfoma viva após o tratamento, haverá recaída com ou sem a drenagem. Como os tratamentos envolvem mais quimioterapia, em tese, não importa se a recaída for no mesmo lugar ou mais distante.

Além disto, a capacidade de se deslocar pelo tecido linfático ou sanguíneo é inerente aos linfócitos e os linfomas são doenças de linfócitos. Não é necessário massagear a região para que a doença se dissemine se não for corretamente manejada.

Assim, para os linfomas mais agressivos, não vejo problema em realizá-la após o término do tratamento.

Já nos casos dos linfomas mais crônicos (indolentes) tipo o linfoma folicular, eu daria o benefício da dúvida aos detratores da drenagem. Sugiro evitar a drenagem em locais onde a doença está ativa, com gânglios aumentados. Ainda assim, desconheço trabalho científico que aponte risco de piora da doença após tratamento de drenagem linfática. Se alguém conhecer, por favor me mostre.

Dúvidas e comentários?

Um abraço.

quarta-feira, 19 de março de 2014

Pessoas famosas que enfrentaram linfomas

Artistas ou políticos costumam servir de exemplos, algumas vezes bons, outras ruins.

Além disto, para muitos, os artistas estão em outro nível de vida, mais elevado.

Quando eles tornam públicos seus problemas de saúde, têm o potencial de se tornarem grandes exemplos para aqueles que buscam forças para si ou seus entes queridos.

Neste post, farei comentários, que são públicos, sobre pessoas famosas que enfrentaram e, na maioria das vezes venceram, linfomas:

1- Dilma Roussef - impossível não iniciar com a presidente. Ela apresentou um linfoma difuso de grandes células B, o mais comum dos linfomas, ainda em fase inicial. Foi submetida a quimioterapia e tem grande chance de estar curada.

2- Reynaldo Gianecchini - graças a ele, um dos meus posts mais visualizados falava de linfoma T do tipo angioimunoblástico. É um tipo de linfoma de difícil tratamento. Por isto, ele necessitou submeter-se a um transplante de medula autólogo logo no primeiro tratamento da doença. Também é um candidato a estar curado deste raro tipo de linfoma.

3- Fernando Lugo - o ex-presidente do Paraguai se notabilizou por procurar São Paulo para um tratamento de um linfoma folicular. Este é o segundo tipo mais comum de linfoma, trata-se de uma doença de desenvolvimento lento e, paradoxalmente, mais difícil de curar-se do que os linfomas mais agressivos.

4- Glória Perez - segundo apurei nos jornais da época, parece que também se trata do linfoma apresnetado pela Presidente. Tomara que ambas estejam curadas.

5-"Nicole", personagem da novela "Amor à Vida". Segundo pude apurar por fontes, já que não sou muito noveleiro, Nicole teve um linfoma de Hodgkin. Em se tratando de uma história de linfoma, foi uma feliz escolha já que existe um pico de incidência desta doença em mulheres jovens. Na maioria das vezes, a doença é curável. Infelizmente, não sei o destino da Nicole. Perdi este capítulo. Só apurei que ela tinha o estádio 4, o mais avançado, quando aparece doença fora dos gânglios e do baço.

Um abraço e até a próxima.