quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Pensando simples no mar de complexidades

Vocês imaginem que no meio da infinidades de estudos ultra-complicados sendo feitos no Memorial Sloan-Kettering (mais de 40 protocolos, a grande maioria com drogas ainda não aprovadas para uso, seja em fase 1 ou fase 2) existe uma pessoa pensando coisas bastante simples.
E não é qualquer pessoa, mas sim a Dra Carol Portlock ex-chefe do Serviço de Linfomas e uma sumidade, principalmente nos estudos sobre Linfoma de Hodgkin.
No momento, ela tem um protocolo bastante simples que se baseia nos relatos de regressão de linfomas indolentes após tratamento de agentes infecciosos como nos casos de H. pilori e MALT de estômago ou linfoma de zona marginal e hepatite C. Neste estudo, ela avaliou a presença de vários agentes infecciosos e excesso de crescimento bacteriano no trato digestivo de pacientes portadores de linfoma indolente sem necessidade de tratamento. este estudo está na Annals of Oncology 2008;19:254.
Ela foi mais longe. Agora, ela está com um estudo de tratamento com claritromicina por 3 meses em pacientes com linfoma indolente. Os resultados são modestos mas ela não desanima.
Ela contou que esta hipótese surgiu da observação de 2 pacientes do seu consultório. O primeiro foi um paciente cujo linfoma folicular regrediu "espontaneamente" após o tratamento de uma diarréia até desaparecer. O segundo caso foi o de um paciente que ficou "curado" do seu linfoma indolente após a ressecção de um tumor carcinóide de duodeno.
Daí é que eu digo que para fazer pesquisa não precisa da mais alta tecnologia mas de um grande senso de oportunidade e da forma como o estudo está "amarrado".

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