Prezados,
A grande maioria dos casos de linfoma é classificada como linfoma folicular, linfoma difuso de grandes células B ou linfoma de Hodgkin.
Alguns outros subtipos, tais como o linfoma da célula do manto,linfoma de Burkitt e micose fungóide têm determinadas peculiaridades que os fazem conhecidos.
No entanto, existem vários tipos de linfoma que são incomuns e que podem oferecer dificuldades tanto para o diagnóstico como para o manejo.
Pretendo escrever sobre alguns.
O primeiro que me veio a mente é o linfoma angioimunoblático.
Na mais recente classificação da OMS,o linfoma angioimunoblático está no grupo dos linfomas de célula T, mais especificamente como um subtipo de linfoma T periférico.
Até algum tempo atrás, esta doença era conhecida como um processo reativo. Só recentemente foi visto que os linfócitos T têm características que permitem classificá-la como um linfoma não-Hodgkin.
Estes são os achados que devem chamar a atenção para esta doença:
Na biópsia do gênglio, existem células endotelias vasculares elevadas. As células do linfoma muitas vezes são difíceis de serem reconhecidas em meio a um infiltrado de células reativas. As células que mais chamam a atenção por serem maiores são os imunoblastos.
Muito cuidado deve ser tomado para não confundir um linfoma angioimunoblástico com um linfoma imunoblástico. Este último é um linfoma de grandes células B que tem o tratamento diferente.
Outra curiosidade é que os imunoblastos expressão um vírus no seu interior, o vírus EBV. Ressalto,mais uma vez, que os imunoblastos são reativos.A doença está nos pequenos linfócitos T que circundam estas células.
Os pacientes com linfoma angioimunoblástico costumam ser idosos e apresentar queixas mais gerais, tais como, febre, fadiga e emagrecimento. Este quadro pode simular uma infecção. Caracteristicamente, o baço e o fígado aumentam de tamanho a vários gânglios também estão aumentados, embora nenhum deles costume ser muito grande.
Devido a sua raridade, os pacientes com linfoma angioimunoblástico costumam ser tratados como pacientes com linfoma T periférico, ou seja, com quimioterapia na maioria dos casos.
Caso haja uma ótima resposta à quimioterapia, o transplante autólogo de medula pode ser uma opção.
Corticosteróides costumam aliviar os sintomas desta doença e existe uma crescente experiência com o uso da ciclosporina.
Forte abraço a todos.
segunda-feira, 16 de maio de 2011
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4 comentários:
Este tipo de cancer costuma responder bem a quimioterapia?
pq o autotransplante é indcado em casos em q a remissão do cancer nao foi totalmente atingida e neste caso se diz em boa resposta a quimioterapia?
Infelizmente, este tipo de linfoma não costuma responder bem à quimioterapia e é por isto que a maior parte dos médicos recomenda o transplante como parte do tratamento inicial.
Mas e as chances de cura pra esse cancer?
como a maioria dos pacientes reagem?
As chances de cura existem porém são um pouco menores do que em outros tipos de linfoma como o linfoma difuso de grandes células e o linfoma de Hodgkin por exemplo.
O maior desafio é conseguir chegar ao transplante autólogo em remissão completa, ou seja, com doença indetectável. Quanto maior quantidade de doença, menor é a chance de êxito com o auto-transplante.
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