sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Destaques em Linfomas no Congresso Americano de Hematologia

Como os seguidores deste blog sabem, o Congresso Americano de Hematologia, que ocorre no mês de dezembro, é o principal evento do ano na área de linfomas. Este ano, infelizmente, não trago muitas novidades para vocês. Contudo, alguns trabalhos apresentados têm muita relevância. Vamos a eles: 1- Discrimination of an Early Unfavorable Risk Group Has Significant Impact On Treatment Outcome in Early-Stage Hodgkin Lymphoma: An Analysis of International Staging Definitions and Risk Factors O Grupo alemão de estudos em Linfoma de Hodgkin é o mais importante do mundo. Aqui, eles fizeram a análise de 1173 pacientes com Linfoma de Hodgkin limitado a uma área do corpo ,ou mais de uma se estas forem próximas, e demonstraram na prática o que já era pensado na teoria. A presença de fatores de risco bem definidos leva a um pior prognóstico quando tratados de forma igual. 2- Involved Field Radiotherapy Versus No Further Treatment in Patients with Clinical Stages IA and IIA Hodgkin Lymphoma and a ‘Negative’ PET Scan After 3 Cycles ABVD. Results of the UK NCRI RAPID Trial Este estudo é outro que indicou que existem pacientes com Linfoma de Hodgkin que não precisam receber radioterapia após a quimioterapia. Pacientes que fizeram o exame PET após 3 ciclos de ABVD e este se mostrou negativo foram divididos em dois grupos. No primeiro,foi feito a radioterapia e no segundo não foi feito o tratamento. Os resultados dos grupos naõ evidenciaram diferença estatística. Assim, este é mais um trabalho que aponta na direção de que o PET negativo é suficiente para limitar o uso da radioterapia. 3- Rituximab Dose-Dense Chemotherapy Followed by Intensified High-Dose Chemotherapy and Autologous Stem Cell Transplantation (HDC+ASCT) Significantly Reduces the Risk of Progression Compared to Standard Rituximab Dose-Dense Chemotherapy As First Line Treatment in Young Patients with High-Risk (aa-IPI 2–3) Diffuse Large B-Cell Lymphoma (DLBCL): Final Results of Phase III Randomized Trial DLCL04 of the Fondazione Italiana Linfomi (FIL) Este talvez tenha sido o melhor artigo do congresso na área de linfomas, do ponto de vista clínico. Não sabemos conn certeza qual é o melhor tratamento para pacientes com Linfoma Difuso de Grandes Células B que apresentam fatores de risco tais como doença disseminada e aumento dos níveis de desidrogenase lática no sangue. Pelo menos dois trabalhos anteriores, sugeriam que a realização de um transplante autólogo de medula óssea poderia melhorar o prognóstico destes pacientes. Este foi o primeiro trabalho que comparou o tratamento atual com o tratamento com o transplante de forma direta. A diferença na taxa de recaída em 3 anos favoreceu os pacientes submetidos ao autotransplante (30% vs 41%). Enquanto não tivermos como identificar a priori quem são os pacientes que vão se beneficiar do autotransplante - já que a diferença entre os tratamentos foi de apenas 11% - talvez seja interessante a discussão desta possibilidade de tratamento com todos os pacientes jovens que apresentem Linfoma Difuso de Grandes Células de Alto Risco. Fico por aqui. Até a próxima.

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